O Que É "Fazer Call ao Bluff" no Poker?

Aviso: O conteúdo aqui apresentado tem uma finalidade exclusivamente informativa sobre um tipo específico de jogo e como jogá-lo. O objetivo deste conteúdo não é nem promover nem disponibilizar um tipo de jogo, mas simplesmente informar o jogador acerca de como jogá-lo.

O termo “fazer call ao bluff” é utilizado para descrever um momento em que suspeitamos que o nosso adversário está a fazer bluff e, por isso, fazemos call. A expressão “call ao bluff” também é utilizada fora do poker em situações do dia-a-dia. Defende a ideia de desafiar alguém a levar a cabo a sua intenção declarada, não acreditando realmente que tal aconteça.
 

Índice

1. Quando Devemos Fazer Call ao Bluff no Poker?
2. Quando é Correto Tentar Apanhar um Bluff no Poker?
3. O Que Significa “Fazer Call ao Bluff” no Dia-a-Dia?
4. Como Saber se o Nosso Adversário Está a Fazer Bluff?
5. Que Fatores Aumentam a Probabilidade do Nosso Adversário Estar a Fazer Bluff no Hold’em?
6. O que Devemos Fazer se o Nosso Adversário Fizer Call ao Nosso Bluff?
    

Se sabemos que o nosso adversário está a fazer bluff com uma mão pior do que a nossa, devemos fazer sempre call! Mas, normalmente, não é assim que as coisas funcionam na prática. Geralmente, suspeitamos que o nosso adversário poderá estar a fazer bluff, mas sem ter a certeza. Depois a questão transforma-se num problema matemático – o nosso adversário está a fazer bluff com frequência suficiente para justificar a quantidade de fichas que precisamos de investir para fazer call?

A resposta teórica é que precisamos de ganhar mais frequentemente do que as nossas pot odds expressas em forma de percentagem. Por exemplo, se o nosso adversário apostar metade do pot no river, temos pot odds de 25% (3:1). Se suspeitarmos que ele está a fazer bluff mais do que 25% das vezes, então este call passa a ser lucrativo como “bluffcatcher” (caça bluffs).

Apesar da expressão “fazer call ao bluff” ter origem no poker, é frequentemente utilizada fora das mesas. Significa desafiar alguém a realmente fazer o que está a dizer porque não acreditamos que o fará.

Ex.: “Ele ameaçou chamar a polícia se eu não baixasse o volume da música, mas fiz call ao bluff e deixei a música bem alta!”

Por vezes, uma tell física (como, por exemplo, um tique nervoso) pode indicar que o nosso adversário está a fazer bluff, mas na maioria das vezes, não saberemos ao certo se ele está realmente a fazer bluff. Bons jogadores têm a tendência de pensar em percentagens. Por exemplo, “eu acho que o meu adversário está a fazer bluff cerca de 25% das vezes nesta situação”. E é neste tipo de pensamento que se baseiam quando tomam a decisão de fazer call ao bluff.

É, normalmente, mais provável que o nosso adversário esteja a fazer bluffs em texturas de board onde há muitos draws falhados. É, também, mais provável que o nosso adversário esteja a fazer bluff quando apenas aposta nas streets finais. Por exemplo, é menos provável um jogador estar a fazer bluff quando aposta em todas as streets em comparação a quando aposta no turn e no river depois do flop ser jogado em check. 

Outra coisa a ter em atenção é o tamanho das apostas. Apostas de meio pot representam, em média, um maior número de bluffs do que apostas mais próximas do valor total do pot que, tendencialmente, indicam força.

Depende do quão amplo é o range de mãos com que o nosso adversário faz call. Se a sua mão for relativamente forte, há ainda uma boa probabilidade do nosso bluff ser lucrativo no futuro, tendo em conta que é provável ele fazer fold às mãos mais fracas. Se, por outro lado, o nosso adversário fizer call com uma mão extremamente fraca, por exemplo com o par mais baixo ou Ás-alto, talvez queiramos pensar na possibilidade de reduzir o número de bluffs que fazemos contra esse jogador no futuro.